segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Os sonhos também envelhecem?...


Sonhos!... Esses companheiros que comandam a vida, sonhos que se realizam, sonhos possíveis, sonhos impossíveis, fáceis e difíceis, alavancas de cada dia. Sonhos dormidos, sonhos bem acordados.


Li algures que os " sonhos são os primeiros passos para as realizações". É verdade, porque só se realiza o que se pensa, e o que se pensa começa por se sonhar. Costuma ser assim, dizem.


Mas os sonhos, como tudo, também envelhecem. E envelhecem aceleradamente quanto não se realizam no tempo calculado ou prometido. Tornam-se sonhos velhos, velhos sonhos, que se cansaram de sonhar, que enrugaram caras, esbranquiçaram cabeças, consumiram esperanças e vontades.


Pergunto-me se os sonhos ficam velhos ou se erramos nas projecções de realização. Há quem siga com tantos sonhos que alguns passam do sonho ao desafio a si mesmo. A dialéctica da vida, essa vontade de mudar tudo, atrofia as perspectivas, os pensamentos e os modos de ver. Enredam-se as obras, agitam-se os desejos, enovela-se a realidade.


Muitas vezes não percebemos, ou não desejamos perceber, e continuamos a trilhar na mesma estrada, como se as árvores que a enfeitam não fossem as mesmas, à medida que se progride... Como se o tempo não passasse pela metamorfose do dia e da noite, da chuva e do sol. Continuamos as mesmas velhas pessoas, com os mesmos velhos sonhos.


Os sonhos também envelhecem, mas podem ser embalados pela plástica da visão basbaque e serem apresentados como novos. Novos sonhos, com cara de ancião, com cara de vencedor...



Nestes casos será importante, tirar o véu que cobre a “jovialidade” do sonho, identificar sua velhice, mostrá-lo deitado e cansado de ser sonhado, interromper o desafio, fazer renascê-lo, melhor, moderno e... realizável.